Questões de identidade nacional ou simples questiúnculas?
Levantou-se o pano que cobria a aparente amistade entre os músicos portugueses. No palco, instalou-se a polémica, esgrimiram-se argumentos que extrapolaram a questão principal. Terminou-se, assim, numa discussão sobre a identidade da cultura portuguesa, algo bem mais abrangente que o panorama musical do nosso querido país.
Fernando Ribeiro, vocalista dos Moonspell, espicaçou os “mc’s tugas”, que, por sua vez, atacaram verbalmente esta banda e muitas outras, ou seja, tanto o que se passa no interior do movimento Hip-Hop, como fora. Falo, como já devem ter percebido, de Sam the Kid, com “Poetas de Karaoke”, do ábum “Pratica(mente).
Quanto às incoerências do Hip-Hop nem me vou pronunciar. Quanto à entrevista na Antena 3, que só ouvi parcialmente, há falhas lógicas na argumentação de Sam the Kid. Mas quem sou eu para estar também a estimular mais controvérsia.
Dêem uma vista de olhos e tirem as vossas próprias conclusões.
NightKay
@Rascunho
Forum Moonspell
A minha segunda casa
Ao fim de oito anos de uma existência conturbada, o mais famoso palco independente do Norte vai mudar de espaço. Por isso, não sei se é maior a tristeza ou a felicidade em ir hoje ao Hard Club, que é, definitivamente, uma segunda casa para mim. Celebra-se, com o concerto dos suecos Opeth, o 9º Aniversário da sala de espectáculos que acolheu os grandes nomes da música nacional e internacional, assim como projectos alternativos e embrionários. Já para não falar na vista deliciosa para o Douro e para a Ribeira, o Hard Club tem uma estrutura secular completamente diferente de todas as salas de espectáculos no Grande Porto, e, em quase uma década, apoiou várias tendências, dando um enorme contributo à cultura do nosso país. O rock, o metal, o punk, o hip-hop, o drum'n'bass, o trance, o jazz e outros estilos, por muito experimentais que fossem, tiveram sempre as portas abertas. Daí que muitos de nós tenhamos frequentado o espaço inúmeras vezes, passado por momentos inesquecíveis, assistido a concertos memoráveis. O Hard Club e as suas reminiscências da arquitectura industrial, a envolvência de ferro e pedra,tornou-se um projecto inovador e abrangente, palco das capacidades artísticas de quem nele quis intervir. Todo ele murmura gargalhadas, choro, tanto de tristeza, como de alegria, música...
Para concluir, vou a este aniversário com uma grande mágoa. Parece que vamos festejar o fecho desta grande infra-estrutura cultural do Norte, um espaço plural, aberto, ecléctico. No entanto, obrigada Hard Club pelos bons momentos. É com uma enorme nostalgia que hoje te vou visitar mais uma vez.
P.S. Opeeeeeeeeeeeth, já falta pouco...!Labels: Hard Club, Opeth
Rodrigo Leão apresenta em disco duplo o seu "mundo"
Rodrigo Leão lançou, dia 20 de Novembro, um duplo álbum - "O Mundo (1993-2006)". Mais do que um "best of", o disco relembra o vasto percurso musical do compositor. De facto, a unicidade e originalidade do artista perpassa os 27 temas que integram este álbum. O single de apresentação do disco é “Voltar”, um tema inédito que conta a história de um amor perdido, em tom agridoce, cantado por Ana Vieira.O videoclip desta música também já foi lançado. Para este registo, foram regravados temas originais, como "Carpe Diem", "Amatorius" ou "Ave Mundi Luminar", e apresentadas músicas inéditas.
Com efeito, o álbum, que inicia logo com uma canção em português – Rua da Atalaia -, engloba, ainda, temas presentes em discos de homenagem (como por exemplo “A Janela”, de “Movimentos Perpétuos - Música para Carlos Paredes”), e temas compostos para outros projectos dos quais fez parte - "Tardes de Bolonha", composto para Madredeus, e "Ascensão", para Sétima Legião.
O bilhete de identidade desta colectânea mantém-se fiel ao passado, mas, ao mesmo tempo, evolui, no sentido em que agrupa, num todo coerente, composições distintas: umas luminosas e envolventes, com melodias quase sagradas, outras marcadas por sonoridades sombrias e, até mesmo, industriais.
O resultado é único: uma oportunidade, em formato duplo, para relembrar as mais sinceras atmosferas sonoras criadas ao longo dos 13 anos de carreira em nome próprio de Rodrigo Leão.
Antes de se aventurar numa carreira em nome próprio, Rodrigo Leão foi membro de dois grandes marcos no panorama musical português: Sétima Legião e Madredeus. A primeira banda, apesar de um pouco desprezada na altura, teve um papel preponderante no âmbito do pop/rock nacional da década de 80. Madredeus dispensa apresentações: das bandas mais reconhecidas quer em Portugal, quer a nível internacional.
Em 1993, o músico editou o seu primeiro registo sob o nome de Rodrigo Leão & Vox Ensemble - "Ave Mundi Luminare". Dois anos depois, lançou um EP, exclusivamente editado na Península Ibérica - "Mysterium". Foi precisamente nessa altura que Rodrigo Leão abandonou, arriscadamente, os Madredeus. Passando para estéticas sonoras mais densas e algo teatrais, compõe, em 1996, "Theatrum". Em 2000, surgiu um dos discos mais marcantes da carreira do músico - "Alma Mater". Com este registo sonoro conseguiu levar a sua obra a um maior número de ouvintes. No ano seguinte, sai "Pasión", gravado na Aula Magna de Lisboa. Por fim, "Cinema" é editado em 2004 e as vendas valeram-lhe um Disco de Ouro.
Desde cedo que Rodrigo Leão desperta o interesse dos melómanos mais atentos, assim como de artistas estrangeiros, nomeadamente Adriana Calcanhoto, Beth Gibbons e Ryuichi Sakamoto, entre muitos outros. Partindo de conceitos, como o da 7ª Arte, que serviu de ponto de referência para "Cinema", resultando numa espécie de banda sonora de filmes que marcaram o compositor; o do canto lírico em Latim, nos primeiros álbuns; até da arte teatral, Rodrigo Leão, que já pisa os palcos há mais de vinte anos, tem encontrado sempre novas maneiras de construir uma canção, novas influências conceptuais, musicais e estéticas que conferem à sua discografia uma nova sonoridade, sem renegar a sua identidade musical.
O próximo concerto de Rodrigo Leão conta com a presença do músico italiano Ludovico Einaudi no Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa, já no dia 28. Todavia, para se saborear esta colectânea em dose dupla, só em Fevereiro de 2007.
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