Thursday, May 17, 2007

No caminho do luxo...

Squarestone investe 40 milhões em Gaia

Estão a nascer núcleos de habitação de luxo no Centro Histórico de Gaia. O contrato com o grupo Squarestone prevê um investimento de 40 milhões de euros na Destilaria do Álcool e no antigo Hard Club, que serão reconvertidos em casas com vistas para o Rio Douro e para o Porto.

Lúcia Pereira (texto)
Pedro Tavares (foto)

A Câmara de Gaia e o grupo britânico Squarestone formalizaram ontem um contrato de cooperação que prevê a transformação dos edifícios do antigo Hard Club e da Destilaria do Álcool em habitação de luxo. O investimento a realizar em quatro anos é de 40 milhões de euros. Este é um dos projectos privados inseridos na fasquia dos mil milhões de investimento privado que a Câmara de Gaia prevê captar durante este ano.

O projecto da Destilaria do Álcool está orçado em 21 milhões de euros. Na antiga unidade industrial construída no século XIX, serão construídos 48 fogos, distribuídos por 8.200 metros quadrados. O estacionamento será distribuído por 3.350 metros quadrados. Este empreendimento terá dois núcleos distintos – um para famílias jovens da classe média/alta em crescimento e outro para famílias com grande poder económico. O arranque das obras está previsto para o Outono e as casas deverão ficar prontas no final de 2008. Estima-se que o preço inicial de venda ronde os 2750 euros o metro quadrado, dependo da procura e da evolução do mercado. As casas terão entre cem e 400 metros quadrados.

O antigo Hard Club vai dar lugar ao Rei Ramiro Terraces, com 19 habitações tipo moradia, distribuídas por 5.950 metros quadrados. O empreendimento terá piscina na cobertura e vai custar 19 milhões de euros. O preço base de venda ao público está calculado em 6 mil euros por metro quadrado, sendo que os fogos variam entre 200 e 400 metros quadrados. O projecto Rei Ramiro Terraces foi, segundo o arquitecto Pedro Balonas, “um dos mais difíceis, porque tem uma fachada muito nobre que não pode ser tocada”, estando inclusive a ser acompanhado pelo Ippar.

“É um sítio absolutamente exclusivo”, salientou o autor dos dois projectos. Pedro Balonas frisou que “a questão das cheias foi acautelada”, pelo que os moradores poderão ficar impedidos de entrar ou sair de casa quando as águas do Douro inundarem a estrada marginal, mas não correrão o risco de ver a água invadir as moradias.

Além da Destilaria do Álcool e do Rei Ramiro Terraces, o grupo Squarestone vai promover em parceria com o grupo Fladgate Partnership a reabilitação das antigas Caves Croft num condomínio fechado com moradias de luxo com 14 mil metros quadrados de área total.

No total, os três projectos imobiliários do grupo Squarestone traduzem-se na construção de 160 moradias de luxo e num investimento de 80 milhões de euros a realizar em quatro anos, prevendo-se a vinda de 600 pessoas para a Beira-Rio. “Estamos muito entusiasmados por fazer parte deste projecto dinâmico de regeneração”, afirmou Robert Sloss, um dos fundadores do grupo Squarestone, salientando que os benefícios fiscais do Município (isenção/redução de taxas) e do Governo (redução do IVA de 21 para 5 por cento) para as áreas críticas de reconversão urbanística vai atrair muito investimento nacional e internacional.

Luís Filipe Menezes afirmou que a autarquia está a “aproveitar as janelas de oportunidades da globalização” ao ir directamente onde há investidores e empresários exercer “diplomacia económica”. O contrato de cooperação com o grupo Squarestone “é um exemplo que confirma que dentro de dois a quatro anos o Centro Histórico de Gaia vai mudar completamente”. Questionado sobre o facto dos empreendimentos ontem contratualizados estarem acessíveis a poucas bolsas, o autarca de Gaia disse que “só ficará quando satisfeito quando os preços por metro quadrado atingirem os de Nova Iorque”. “Não é um Centro histórico de ricos, é para toda a gente”, ressalvou Menezes, referindo que os empreendimentos imobiliários de luxo gerarão também comércio, serviços, lazer e turismo. “Para criar condições para manterá população autóctone”, o autarca lembrou ainda que será construído, em General Torres, o empreendimento social Miradouro. Referiu ainda que a autarquia vai exigir como contrapartida a agentes imobiliários a recuperação de casas do Centro Histórico.

in O Primeiro de Janeiro

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1 Comments:

At 6:43 AM, Anonymous Anonymous said...

O que se fez à antiga sala do Hard Club Gaia é completamente NOJENTO! Sou do Barreiro e cheguei a ir ver bandas ao vivo ao HC Gaia que no dia seguinte tocavam em Lisboa (no Garage da treta), só pelo facto de o Hard Club dar uma abadada geral a qualquer sala de espectáculos da capital! Mercado Ferreira Borges parece-me ser uma óptima solução para o projecto Hard Club. Possivelmente voltarei ao Porto para ver espectáculos organizados pelo Hard Club. Um bem haja a organizações como esta em Portugal que não conhecem o significado da palavra desistir!

 

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