Friday, May 11, 2007

Entrevista n'AGaragem a The Cynicals

the Cynicals

N'AGaragem com...


Dizem-se cínicos mas o seu rock de influência britânica já anda a conquistar os palcos de Portugal. Recentemente ganharam o XII Festival de Musica Moderna Corroios 2007 e o Equalizador'07. Nada melhor, então, do que irmos conhecer esta banda de Coimbra. The Cynicals à conversa no Agaragem.com. Lê a entrevista e participa no passatempo que temos para ti!

Qual foi a chama criativa que despertou o interesse de formar os The Cynicals?
Antes de começar queremos obviamente dar os parabéns a “a Garagem” pelo que de tudo bom tem feito para promover e divulgar a boa música portuguesa. Abordando então a questão, the Cynicals começou por querer preencher uma lacuna no panorama nacional, a do rock com uma sonoridade mais europeia e uma mensagem mais satírica. Contudo, the Cynicals tranformou-se num universo próprio, dotado de alguma teatralidade e encenação e que transporta o ouvinte/espectador para um ambiente muito próprio de um rock despretensioso e fluido aliado ao punk e ao cabaret onde figura uma crítica social mordaz mas subtil.


Antes desta banda, todos participaram noutros projectos. O que é que podem transmitir com The Cynicals que não se enquadrava nas bandas anteriores?

Ao longo dos poucos anos de existência da banda, the Cynicals encontrou o tal espaço teatral onde capta a tenção das pessoas e as faz querer ouvir o que há para dizer e como é dito. Assim, é essa mesma participação noutros projectos, bem diversos, de todos os membros da banda que possibilita a plataforma versátil sobre a qual the Cynicals apresentam a sua performance. A fusão de influências rock, cabaret, punk, pop e psychobilly acabou por resultar no tal factor distintivo que fio ganhando solidez e individualidade e por isso se destaca dos projectos passados onde por vezes se ficava agarrado a um estilo só.

Que temas gostam de desenvolver nas vossas letras e que toque pretendem transmitir em The Cynicals?
As letras, como já referimos, falam de crítica social, é um pôr o dedo na ferida, ainda que isso implique falarmos contra nós próprios. Falamos de hábitos estabelecidos, comportamentos sociais e culturais que devem ser mudados, insistindo por vezes em temas que outros já falam mas dando uma perspectiva nova, uma exposição ao ridículo que por vezes pode ser o click para pôr as pessoas a pensar em certos assuntos. Porque a melhor maneira de se mudar algo não é dizer às pessoas que isto ou aquilo está errado, é expor-lhes a situação de um modo que elas próprias o concluam.

No princípio do ano de 2005, gravaram uma demo com quatro temas: três originais e uma versão dos Beatles. Como decorreu o processo de gravação?
O processo de gravação decorreu ainda numa fase algo embrionária da banda onde ainda não figuravam alguns dos elementos hoje presentes. Fazia falta ter um cartão de visita na altura e então avançamos para a gravação. É óbvio que a sonoridade hoje difere um pouco da maquete, mas foi a própria maquete que permitiu que essa sonoridade fosse construída e não deixa de dar um gostinho daquilo que the Cynicals pretende representar.


Em algumas músicas contam com a presença de uma saxofonista. Como surgiu a ideia?
The Cynicals nunca foi um projecto de mente fechada nem de dogmas. Para nós a versatilidade musical deve ser encorajada e surge naturalmente a ideia de incorporar saxofone, banjo ou acordeão nalguns temas. Há tempos deu-se a oportunidade de concretizar uma dessas ideias, nomeadamente a colaboração com uma saxofonista para alguns espectáculos. Naturalmente aproveitámos e ficámos satisfeitos com o resultado, o que imprime ao espectáculo também um carácter mais dinâmico.


Nos últimos tempos, foram os vencedores de concursos como o Palmela, COMA, Equalizador LX e agora do XII Festival de Música Moderna Corroios'2007. Pensam que os concursos são grandes motores de divulgação? Quais foram os prémios mais significativos?
Não é fácil para uma banda recém-formada, especialmente em Portugal, ganhar nome e ganhar público. Como tal, deve aproveitar todas as iniciativas que possa de apresentar o seu trabalho, principalmente trabalhando em bons palcos e com boas equipas. Os concursos são óptimos veículos de divulgação e é claro que os prémios ajudam ao lançamento. Entre os prémios mais significativos para nós contam-se a gravação de uma maquete, a oferta de algum equipamento e a possibilidade de tocarmos em eventos de grande projecção como é o caso da Semana Académica de Aveiro.


Na 13ª edição do Termómetro também ficaram em segundo lugar, mas numa lista de 25 bandas seleccionadas. Como foi a experiência de participar num concurso que deu grande projecção a bandas como Blind Zero, Silence 4, Stowaways e Alla Pollaca?
Ainda bem que alguém fez um plug no Termómetro! Foi uma experiência óptima, bem como todas as outras. Teve um gostinho positivo especial porque nos permitiu tocar numa sala de espectáculos fantástica como é o Teatro Sá da Bandeira mas também teve um gostinho negativo especial porque foi a primeira vez que conhecemos um resultado que não a vitória. Mas parabéns aos vencedores e à organização.

Até Julho já têm uma agenda de concertos bem preenchida. Um deles é em Madrid, quais são as vossas expectativas? A internacionalização é um objectivo a curto ou médio prazo?

Para uma banda como the Cynicals, que canta em inglês, a internacionalização é uma meta inegável, mas claro está que será necessário estabelecer primeiro as infra-estruturas que a permitam. No entanto, temos para já este concerto em Madrid com o qual esperamos por um pé no mercado espanhol, e pensamos fazer uma tournée possivelmente ainda este ano por outros locais em Espanha, Inglaterra e/ou Alemanha.

Quais são os planos para o futuro dos The Cynicals?
O mundo! Mais a sério, como acabámos de referir, a internacionalização é um objectivo, mas antes disso queremo-nos concentrar na gravação do EP de estreia que iniciámos e prevemos ter concluído em Junho deste ano. Ao fim ao cabo é apresentar, registar e divulgar o trabalho que temos vindo a desenvolver para depois então avançarmos para passos maiores como a edição de um LP e tournées nacionais e pelo estrangeiro.


O que vos levou a inscreverem-se no site AGaragem.com? Pensam que a existência deste site é uma mais-valia para os The Cynicals e para as outras bandas de garagem?

Claro que é uma mais valia! São de louvar este tipo de iniciativas. Estarmos presentes nos sites/blogs de boa música portuguesa e onde sabemos que os assuntos são tratados com seriedade, isenção e respeito é sem dúvida uma prioridade para nós. Mais uma vez parabéns e obrigado pela entrevista e pela visibilidade que nos oferecem.

Entrevista: Sara Santos Silva

in http://www.agaragem.com/1/bandas/index2.php?parte=nagaragem&id=29

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